São Paulo agenda reunião em janeiro para discutir impeachment de Casares

 
O São Paulo já definiu a data em que o Conselho Consultivo irá se reunir para analisar o pedido de impeachment do presidente Julio Casares. De acordo com o Lance!, o encontro está marcado para o dia 12 de janeiro e ocorre após a formalização do requerimento que solicita a abertura do processo.

Diante desse cenário, o presidente do Conselho Deliberativo, Olten Ayres, foi quem convocou a reunião para ouvir a avaliação do órgão consultivo sobre o tema.

Esse encontro, no entanto, não terá caráter deliberativo. A reunião serve apenas para que os integrantes do Conselho Consultivo emitam suas opiniões sobre o pedido apresentado. Em um segundo momento, o Conselho Deliberativo precisará ser convocado para votar o caso. Para que o processo avance, será necessário o apoio de dois terços dos conselheiros em votação formal.

O Conselho Consultivo do São Paulo é composto por nomes como Carlos Augusto de Barros e Silva, Carlos Miguel Castex Aidar, Fernando José P. Casal de Rey, Ives Gandra da Silva Martins, José Carlos Ferreira Alves, José Eduardo Mesquita Pimenta, Julio Cesar Casares, Marcelo Abranches Pupo Barboza, Milton José Neves, Olten Ayres de Abreu Junior, Paulo Amaral Vasconcelos e Paulo Planet Buarque.

O estatuto do Tricolor Paulista estabelece que, diante de um pedido escrito e fundamentado para a cassação de mandato, o presidente do Conselho Deliberativo deve convocar uma reunião extraordinária, após ouvir o Conselho Consultivo. Nesse processo, é assegurado ao acusado o amplo direito de defesa, conforme previsto no regimento interno do SPFC.

As votações relacionadas a punições no clube são realizadas de forma secreta. No requerimento que deu origem ao atual processo, um dado chamou atenção nos bastidores: dos apoios registrados, 44 partiram de integrantes ligados à chapa de oposição Salve o Tricolor Paulista, enquanto outras 13 assinaturas vieram do grupo identificado como Situação. Caso haja afastamento temporário do presidente, o estatuto define que Harry Massis assume o comando da instituição, sem que isso implique sua destituição automática do cargo.

Entenda o caso

O pedido de reunião extraordinária foi formalizado neste mês por um grupo de conselheiros do São Paulo, com o objetivo de discutir a possibilidade de afastamento de Julio Casares. O documento reuniu 57 assinaturas e foi protocolado junto à mesa diretora em meio ao aumento da pressão interna.

A iniciativa partiu da oposição Salve o Tricolor Paulista, que ainda incorporou 13 apoios adicionais ao texto. O movimento ganhou força após a divulgação de áudios que indicam a participação de dirigentes do clube em um esquema envolvendo o uso irregular de camarotes no estádio do Morumbis.

Pelo Estatuto Social do São Paulo, um eventual processo de impeachment só avança se alcançar o apoio de dois terços dos conselheiros em votação no Conselho Deliberativo. Mesmo assim, a decisão não se encerra nessa instância. Caso aprovada, a proposta segue para análise da Assembleia Geral, ampliando o número de associados envolvidos na definição do futuro da presidência.

O episódio que motivou a mobilização envolve Douglas Schwartzmann, diretor adjunto das categorias de base, e Mara Casares, diretora feminina, cultural e de eventos e ex-esposa do atual presidente. Ambos teriam ligação com a venda irregular de ingressos de camarote durante um show da cantora Shakira, realizado no Morumbis.

Em um dos áudios divulgados pelo ge, o dirigente da base admite que ele e outras pessoas obtiveram ganhos financeiros com a prática. Após a repercussão do material, os dois solicitaram afastamento de suas funções. O São Paulo, por sua vez, informou a abertura de um procedimento interno para apurar os fatos e avaliar possíveis medidas administrativas.

Paralelamente, o Ministério Público solicitou à Polícia Civil a abertura de inquérito para aprofundar a investigação. Com isso, o caso passou a envolver também a esfera judicial, ampliando os desdobramentos institucionais do episódio.

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