Santos prevê déficit milionário para 2026

 
No início desta semana, o Conselho Deliberativo do Santos a proposta de orçamento encaminhada pelo Comitê de Gestão liderado por Marcelo Teixeira para o exercício de 2026. O documento projeta crescimento relevante de receitas ao longo da próxima temporada, mas antecipa um resultado negativo que se aproxima de R$ 94 milhões. A decisão foi tomada após apresentação dos números e das justificativas da diretoria.

A votação reuniu 120 conselheiros e resultou em maioria favorável ao planejamento. Foram 75 votos alinhados à recomendação do Conselho Fiscal pela validação da proposta, enquanto 44 integrantes optaram pela rejeição, expressando resistência ao modelo apresentado para o encerramento da gestão. Houve ainda uma abstenção, evidenciando uma divisão sobre o caminho que o clube pretende seguir no próximo ciclo.

A projeção financeira aponta ampliação do faturamento total quando comparada ao orçamento anterior. Para 2025, havia previsão de R$ 423 milhões em receitas, enquanto a estimativa revisada para 2026 alcança R$ 592 milhões, impulsionada principalmente por montantes classificados como extraordinários. Essas entradas adicionais somam R$ 178,7 milhões e envolvem potenciais negociações de atletas e outras fontes excepcionais que não compõem a atividade rotineira do Alvinegro Praiano.

Esse crescimento planejado não elimina, porém, os impactos das despesas previstas. A gestão estima compromissos acumulados em torno de R$ 174 milhões, relacionados a pagamentos de dívidas, obrigações com jogadores, ajustes contábeis e reversões de perdas decorrentes de processos judiciais.

Em um cenário que desconsiderasse esse conjunto de despesas, a previsão apontaria superávit próximo de R$ 79 milhões, evidenciando que o desequilíbrio está concentrado em passivos e compromissos extraordinários.

Fair Play Financeiro e o Caso Neymar

O ano de 2026 também marcará a implementação do Fair Play Financeiro conduzido pela CBF, sistema que determina que os clubes operem sem déficit ao final da temporada. A primeira fase será de adaptação e não prevê punições esportivas, apenas advertências para quem não atingir o resultado esperado, mas o tema tem impacto direto na tomada de decisão interna. Na mesma sessão que discutiu o orçamento, o Conselho recebeu o terceiro balancete trimestral de 2025, com destaque para o contrato de Neymar e seus efeitos sobre o caixa.

Os números apresentados no balancete do segundo trimestre, divulgados pelo ge, indicam que a folha do Peixe gira em torno de R$ 11,3 milhões e que os custos associados a Neymar afetam de maneira significativa o equilíbrio financeiro.

A avaliação interna é de que o retorno esportivo ficou aquém da expectativa criada no momento do acordo e que será necessário reavaliar os termos ao final da temporada. A continuidade do contrato dependerá de uma combinação de permanência na Série A e revisão de valores, pois uma eventual queda para a Série B tornaria improvável sustentar a operação atual.

Mesmo com os benefícios gerados em negociações e acordos comerciais desde a contratação, o desempenho em competições não correspondeu ao plano esportivo, e o futuro do vínculo terá de considerar metas pessoais do camisa 10, que sonhar em disputar a Copa do Mundo 2026.

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