Flamengo amplia presença internacional e projeta nova etapa do projeto global


O Flamengo entrou na última década buscando transformar seu potencial esportivo em conquistas e, a partir de uma sequência longa de investimentos, atingiu resultados expressivos que o recolocaram entre os protagonistas do continente.

Essa construção, baseada em desempenho dentro de campo e em políticas planejadas fora dele, projetou o Rubro-Negro para um cenário no qual títulos nacionais e internacionais passaram a ser consequência direta dessa organização. Com essa base, os cariocas sustentam sua presença em competições de alcance global, tendo a Copa Intercontinental do Catar como mais uma etapa desse movimento.

Essa trajetória de reposicionamento também se conecta ao esforço de ampliar a presença da marca fora do país, algo iniciado em 2013, quando a Chapa Azul assumiu a gestão e estabeleceu diretrizes para modernizar o clube. Desde então, diferentes administrações lideradas por Eduardo Bandeira de Mello, Rodolfo Landim e Luiz Eduardo (Bap) mantiveram a mesma linha de atuação.

Dentro desse contexto, a chegada de jogadores com histórico de longa permanência na Europa ganhou espaço como parte da estratégia. A atual temporada reforça esse padrão com as entradas de Danilo, Jorginho e Saúl em um elenco que já contava com Alex Sandro, todos com mais de uma década atuando em ligas de alto nível. Segundo o próprio departamento de futebol, essa escolha vai além da parte técnica, como explicou Boto em entrevista.

“Uma das ideias que tivemos foi trazer esse tipo de jogadores super competitivos para ajudar a crescer outros jogadores. Jogadores com experiência de Europa, como Danilo, Jorginho, Saúl. O Alex Sandro já estava aqui. São jogadores que tem espírito competitivo e uma forma de treinar um pouco diferente daquela que é no Brasil. E eles contagiam os outros. Essa foi a grande ideia. Óbvio que isso se reflete nas competições internacionais porque eles têm uma experiência nesse tipo de competição”, declarou o presidente rubro-negro à Globo.

“Óbvio que, ao trazer esse tipo de jogadores, isso internacionaliza a marca, porque são jogadores com renome mundial. Isso faz com que alguns meios de comunicação que geralmente não olham para o Brasil comecem a olhar. Isso também não foi proposital, é uma consequência da nossa política. Mas a adaptação de jogadores a esses é muito mais fácil porque já estão super habituados a contextos super competitivos e se acostumam rapidamente”, acrescentou.

A lista de jogadores com passagem por centros internacionais fica ainda maior quando se observa o grupo utilizado no Intercontinental, que reúne atletas com experiências europeias em diferentes níveis. Nomes como Varela, Pulgar, Plata, Luiz Araújo, Emerson Royal, Samuel Lino, Juninho e Pedro ampliam esse repertório, somando-se a uma lógica que é aplicada há algum tempo.

O clube já havia observado esse impacto em momentos anteriores, como na chegada de Diego Ribas em 2016, que marcou uma mudança simbólica no tipo de contratação buscada pelo departamento de futebol. A partir dali, vieram movimentos que envolveram Diego Alves, Everton Ribeiro, Filipe Luís, Rafinha e Pablo Marí, todos integrados a um projeto que mesclava experiência, projeção internacional e competitividade esportiva.

Esses atletas, cada um com sua trajetória, contribuem para manter o Flamengo em evidência em mercados externos. Suas contratações são acompanhadas pela imprensa internacional e os desempenhos nas competições ampliam a circulação do nome da instituição.

Essa presença impacta também o ambiente interno, já que a convivência com profissionais acostumados a contextos de grande exigência cria referências para jogadores formados no Brasil, estimulando mudanças de rotina, preparação e mentalidade. O resultado desse processo aparece na forma como o elenco assimila novos padrões de trabalho e adapta seu comportamento nos treinos e nas competições.

Flamengo 2025-2026

A temporada de 2025 reforça esse ciclo, com conquistas que envolveram a Supercopa do Brasil, o Campeonato Carioca, a Libertadores e o Campeonato Brasileiro, estabelecendo um panorama de desempenho constante que serve de base para o planejamento do próximo ano. Com mais uma competição importante no calendário, a Copa Intercontinental, o clube encerra o período mantendo um cronograma intenso que dialoga diretamente com as decisões estruturais previstas para 2026.

Dentro desse desenho, o Flamengo trabalha para ampliar o investimento no departamento de futebol e avalia superar a marca de R$ 1 bilhão no orçamento da próxima temporada, segundo informações do UOL. A ideia é conectar os resultados esportivos a um modelo financeiro que envolve ajustes salariais, reforços e fortalecimento da estrutura.

A estimativa representa um salto relevante diante dos aproximadamente R$ 750 milhões aplicados em 2025. Além disso, reforça a expectativa interna de que a competitividade do elenco precisa acompanhar a movimentação de outros clubes que também devem ampliar seus investimentos.

Com a soma das premiações obtidas ao longo de 2025 e os valores distribuídos pela Fifa pela participação no Intercontinental, o Rubro-Negro projeta ultrapassar R$ 2 bilhões em receitas na temporada. Isso deve colocá-lo como o primeiro time do país a atingir esse patamar em um único ano, consolidando uma etapa importante dentro de um projeto que conecta resultados, gestão e posicionamento de marca.

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